segunda-feira, novembro 20, 2006

parêntesis

Pelo que diz respeito ao segundo ponto, certamente que a sorte da humanidade seria muito mais feliz se estivesse igualmente na potência do Homem tanto falar como calar-se. Mas a experiência ensina suficientemente e superabundantemente que nada está menos em poder dos Homens que a sua língua e não há nada que eles possam fazer que governar os seus apetites. Dai resulta que a maioria julga que a nossa liberdade de acção existe apenas para as coisas que desejamos debilmente, pois, o apetite que nos inclina para essas coisas pode ser facilmente contrariado pela recordação de qualquer outra coisa de que nos recordamos muitas vezes; enquanto que julgam que de modo algum somos livres quando se trata de coisas para que somos inclinados com uma afecção violenta que pode ser acalmada pela recordação de outra coisa. Todavia, se eles não soubessem, por experiência, que muitas vezes lamentamos as nossas acções e que, frequentemente, quando somos dominados por afecções contrárias, vemos o melhor e fazemos o pior, nada os impediria de crer que toda as nossas acções são livres.

B. Espinosa

1 Comments:

Blogger João Teago Figueiredo said...

Muito interessante o blogue, parabéns.

jtf

2:33 da manhã  

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