sábado, fevereiro 25, 2006

a Caminho

[a Caminho de Santiago . Fevereiro 2005 . na Galiza profunda]

Não há prova possível, mas mesmo assim acredito que seja verdade: existem lugares no mundo onde à nossa chegada ou partida se acrescentam, de forma misteriosa, as emoções de todos os que por lá chegaram ou de lá partiram antes de nós. [...] No pórtico da catedral de Santiago de Compostela encontra-se uma coluna de mármore com marcas profundas de dedos, uma garra comovida, expressionista, moldada por milhões de mãos, entre as quais a minha. [...] Se desconsiderarmos a minha mão, se eu nunca ali tivesse estado, a garra lá continuaria, graças aos dedos de todos os mortos que desgastaram o mármore duro. Mesmo assim, ao colocar a minha mão no mármore duro participei de uma maneira misteriosa numa obra de arte colectiva. Uma ideia que se materializa é sempre um fenómeno espantoso. A força de uma ideia levou soberanos, lavradores e monges a pôr a mão exactamente naquele sítio naquela coluna, cada mão individual tirava uma ínfima quantidade do mármore duríssimo, tornando visível, justamente pelo mármore que tinha desaparecido, a forma de uma mão.
Cees Noteboom

domingo, fevereiro 19, 2006

I fell in love with a dead boy

Os media já não falam sobre as duas senhoras que queriam casar... ainda bem, confesso que me perturba ver pessoas de carne e osso envolvidas em circos mediáticos. De qualquer forma, a discussão está aí, e para durar. Alguém dizia outro dia que a humanidade não se divide entre gays e hetero, mas entre homens e mulheres... não sei, mas estou aberta à discussão sobre o tema.


I fell in love with you
Now you're my one, only one
'Cause all my life I've been so blue
But in that moment you fulfilled me

Now I'll tell all my friends
I fell in love with a dead boy
Now I'll tell my family
I wish you could have met him

(...)

Oh, such a beautiful boy
I'm asking
Are you a boy or a girl
Are you a boy or are you a girl

Antony and the Johnsons

A propósito, lembrei-me daquela letra do Carlos Tê: "é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa".

sábado, fevereiro 18, 2006

Ao encontro de...

MANUEL ANTÓNIO PINA
(...) A literatura é uma particular forma de felicidade. Ora ninguém pode ser obrigado a ser feliz. De qualquer modo, há outras formas de felicidade, tão felizes quanto a da literatura: a da música, o do cinema, a da dança, a da amizade e do amor… A felicidade é principalmente uma descoberta individual. A que a literatura oferece é decerto única; mas também, por exemplo, a que a música oferece é única... Acho que temos a obrigação de proporcionar aos nossos filhos a felicidade da literatura. Mas se os nossos filhos forem felizes de outro modo, talvez não tenhamos o direito de lhes impor a nossa própria ideia de felicidade. Há mais vida, e mais mundo, muito mais, para além da literatura…
Manuel António Pina
in CRITÉRIO, outubro 2005

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

eyes wide shut

Nos últimos dias têm-me chegado às mãos coisas belíssimas. A imagem integra uma série de fotografias da Diana Sousa, sobre lugares do Porto. Os versos são do meu amigo José Nuno Magalhães, que tantas vezes toca o que eu pensava não ser possível dizer.
fotografia de Diana Sousa


uma borboleta arde no centro de deus e tu
morres sem saber que é por isso que queima.
José Nuno Magalhães . "adentro nas pupilas de deus"

Economia da Graça

Começamos por desejar o espaço dos outros; depois desejamos que os outros respeitem o nosso espaço; há um dia em que repentinamente aceitamos que a comunhão é o único sentido.
Natureza > Lei > Graça

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

subscrevo

Se há coisas que precisamos de fazer... é melhor fazê-las gostando delas.

Paulo Teixeira Pinto
[Presidente do Conselho de Administração do Millenium BCP]

Todos os amores...


ouvi este álbum há umas semanas... estava na Almeida Garrett a estudar coisas estranhas há algumas horas, mas chegou o Jobim
e o resto dançou.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Teorias da Relatividade


nota: a primeira foi genial; já as actuais...

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

match point

sentados numa cadeira de cinema, algo surge muito claro:

pode ser puro acaso,
mas prefiro acreditar que a vida seja algo da natureza dos milagres.
.
.
nota: tenho fifty / fifty de hipóteses de acertar. desejem-me sorte.

Sigur Rós

Se existir céu para além do azul
é assim.

sms

está noite de lua cheia
disse ele

domingo, fevereiro 12, 2006

Jazz

Hoje fui tomar café ao Jazz. Na mesma mesa onde já tomei milhares de cafés, com quase todas as pessoas que me são importantes. Outro dia na Rádio Nova sugeriam que se medisse a tensão arterial antes de tomar um café

e eu pus-me logo a imaginar máquinas automáticas de medir a tensão ao balcão, e um segurança a controlar a entrada dos hipertensos
Não percebo muito do assunto, mas gosto muito de café, sem açucar, curto, suave, mexido com um pau de canela... e garanto que o que mexe mais com a tensão arterial é o lugar, a companhia e o assunto... do café.
Não é só a cafeína que mata.

ressaca

Estou de ressaca. São dados oficiais, publicados por uma entidade independente que se dá pelo nome de "mãe".
Moral da história: Não há semana de Queima que supere uma boa época de exames.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

banalidades

Tem-se dito de tudo sobre as duas senhoras.
Eu acrescento os meus
votos de uma vida longa e feliz.

Hamas vs Abduhl

Recebi uns convites no hi5 de uns Abduhl etecétera e tal; fui ver o perfil e as fotos
(parecia que estava em plena rodagem de um filme estranho, com peles de tigres à mistura e tudo)
Depois recebi mais um ou dois, todos a querer ser meus friends
Não aceitei.
Mas depois comecei a pensar na confusão que anda para aí e disse para mim: e se eles ficam ofendidos?
Continuei sem aceitar, mas ainda estou a pensar...

é bem feito

Fui para a faculdade a rir-me com a entrevista do Mr. Scolari à BBC...

Durante o exame percebi que a dislexia deve ser coisa contagiosa.

sábado, fevereiro 04, 2006

plena comunhão de vida

se tomamos o pequeno almoço, estudamos, almoçamos, stressamos, lanchamos, riscamos os códigos, jantamos, desesperamos, enganamos as noites com alguns cafés e muitos cigarros
sempre na faculdade
por que não nos disponibilizarem também uns quartos e uns sacos-cama?
com vista sobre o mar, por favor.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

carta

Tu sabes, “todos os homens descansam a cabeça no colo de deus”
e dizes do amor coisas tão raras porque pressentes a imaterialidade violentada, como se deus fosse pequeno demais para embalar-nos a todos ou nos tocasse mais que humano desde a carne.

the awful truth

toda a diferença

A diferença entre uma boa e uma má directa a estudar reside mais na música que se ouvir do que nas quantidades industriais de café ingeridas.
Claro que no dia a seguir não há Maria Rita que nos poupe à demência.