sábado, setembro 24, 2005

Water Serpents II, de Gustav Klimt
abro-lhe feridas onde a voz lhe rebente
muscular, penso se é de carne a graça, se
o desejo a queima como a um animal
doente. penso no tecido interior da boca
nas tremendas noites de maio plantadas
de pássaros.

penso. é brutal o amor
e a claridade, estrangularei deus
e a morte será nocturna
e branda.
Isabel Coelho dos Santos . da violenta melancolia . setembro 2005